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O dia internacional da Mulher é celebrado oficialmente desde 1975, quando a ONU intitulou o Ano Internacional das Mulheres, mas sua origem remonta desde o século 20 quando mulheres dos Estados Unidos e Europa começaram a protestar por melhores condições de trabalho e salários mais dignos.

E no Brasil?

No Brasil é comum a associação da data ao incêndio ocorrido em Nova York em 1911 na Triangle Shirtwaist Company, acontecimento este que expôs ainda mais as más condições de trabalho, principalmente as mulheres (maioria das vítimas), durante a revolução industrial. 

Mas se fosse possível traçar uma linha do tempo, a data começa a aparecer com a passeata de aproximadamente 15 mil mulheres em Nova York em 1909 e também com a Conferência Internacional das Mulheres Socialistas e a criação de uma jornada de manifestações na Europa no ano de 1910. 

No entanto, em 23 de fevereiro de 1917 houve um marco ainda maior do que viria a ser o 8 de março. Naquele dia, um grupo de mulheres operárias saiu às ruas para protestar contra a 1ª Guerra Mundial.

Esse protesto de 23 de fevereiro pelo antigo calendário russo — 8 de março no calendário gregoriano, foi adotado pelos soviéticos em 1918 e é esta data utilizada pela maioria dos países do mundo hoje. 1

Assim, nós do Espaço de Dança Giocare, preparamos a “Semana das 7 mulheres”, um conteúdo muito especial para falar de algumas mulheres extremamente importantes para a história da dança.

Mulheres que estavam totalmente conectadas com o mundo à sua volta e trouxeram para a arte um olhar crítico e transformador. Seus feitos na arte da dança seguem reverberando até hoje. 

Pina Bausch

Pina Bausch foi uma coreógrafa, dançarina e diretora de balé alemã.
Pina Bausch em cena na obra “Café Muller” – Fonte: Google Imagens

Pina Bausch foi uma coreógrafa, dançarina e diretora de balé alemã. Conhecida principalmente por contar histórias enquanto dança, suas coreografias eram baseadas nas experiências de vida dos bailarinos e feitas conjuntamente, intérpretes-criadores.

Além disso, foi diretora do Tanztheater Wuppertal Pina Bausch e com o grupo, criava dança a partir de elementos da vida diária, onde trabalho e vida se confundiam. 

O conceito dança-teatro de Pina Bausch revolucionou e redefiniu a noção de dança. No entanto, a expressão não foi uma criação da coreógrafa alemã; ela apareceu pela primeira vez em 1920 como um conceito coreográfico que incorporava elementos do teatro, que incluíam, por exemplo, a fala.

A dança-teatro seria uma herança do expressionismo alemão. O termo era usado pelo húngaro Rudolf Laban (1879-1958). 2

Martha Graham

A dança e a coreografia de Martha Graham expunham as profundezas da emoção humana através de movimentos nítidos, angulares, irregulares e diretos.
Martha Graham dançando – Fonte: Google Imagens

Martha Graham nasceu no Condado de Allegheny, Pensilvânia, 11 de maio de 1894 – e faleceu em Nova Iorque, 1 de abril de 1991). 

Ao desenvolver sua técnica, Martha Graham experimentou o movimento humano básico, começando com os movimentos mais elementares de contração e liberação.

Usando esses princípios como base para sua técnica, ela construiu um vocabulário de movimento que “aumentaria a atividade emocional do corpo do dançarino”.

A dança e a coreografia de Martha Graham expunham as profundezas da emoção humana através de movimentos nítidos, angulares, irregulares e diretos. O mundo da dança foi alterado para sempre pela visão de Martha Graham, que foi e continua sendo uma fonte de inspiração para gerações de artistas de dança e teatro. 3

Roseli Rodrigues

Roseli Rodrigues (1955 – 2010) foi uma das precursoras do Jazz Dance no Brasil
Roseli Rodrigues – Fonte: Google Imagens

Roseli Rodrigues (1955 – 2010) foi uma das precursoras do Jazz Dance no Brasil; começou na dança aos 21 anos, cursando a graduação de educação física e se apaixonou pela experiência que a dança proporcionava em seu corpo.

Matriculou-se no Joyce Ballet, da grande mestra Joyce Kerrmann que inaugurou o jazz no Brasil. Fundou em 1981 a academia Long Life, que reunia as práticas de dança, ginástica e musculação.

Mas, foi no festival competitivo chamado Encontro Nacional da Dança (Enda) que Roseli foi premiada como melhor coreógrafa por uma coreografia performada por 16 bailarinos – todos advindos da faculdade de educação física, que teve como trilha a música Raça, de Milton Nascimento. Nasceu assim a Raça Cia de Dança, que se consolidou como uma cia oficial de jazz dance brasileiro.

O “Jazz do Raça” é pautado em vitalidade e emoção. “Uma dança de fibra jovem, coração forte e pulmões aeróbicos, com reconhecida qualidade poética, artística e técnica. 4

Marie Taglioni

Ela é creditada (embora não confirmada) como a primeira bailarina a dançar verdadeiramente em pointe (com as sapatilhas de ponta)
Marie Taglioni nas sapatilhas de ponta – Fonte: Google Imagens

Marie Taglioni, Comtesse Gilbert de Voisins (23 de abril de 1804 – 22 de abril de 1884) foi uma bailarina sueca da era do balé romântico, uma figura central na história da dança europeia.

Ela foi uma das bailarinas mais célebres do balé romântico, que foi cultivada principalmente no Her Majesty’s Theatre, em Londres, e no Théâtre de l’Académie Royale de Musique do Ballet da Ópera de Paris.

Ela é creditada (embora não confirmada) como a primeira bailarina a dançar verdadeiramente em pointe (com as sapatilhas de ponta)

Taglioni ganhou fama como bailarina na Opéra de Paris quando seu pai criou o balé La Sylphide (1832) para ela. Projetado como uma vitrine para o talento de Marie, foi o primeiro balé em que dançar em pointe tinha uma razão estética. 5

Mercedes Baptista

Mercedes Baptista, a 1ª bailarina negra do Theatro Municipal do Rio
Mercedes Baptista – Fonte: Google Imagens

Mercedes Ignácia da Silva Krieger foi bailarina e coreógrafa, considerada precursora do Balé e da Dança Afro no Brasil. Nasceu no ano de 1921 em Campos dos Goytacazes, Rio de Janeiro e faleceu em 2014 aos 93 anos de idade.

Foi a primeira mulher negra a integrar o corpo de baile do Theatro Municipal do Rio de Janeiro mas mesmo diante deste feito, participou de poucos espetáculos devido ao preconceito por parte de diretores e coreógrafos em selecionar pessoas negras para dançar. 

Assim, fundou sua própria companhia, formada por bailarinos negros que desenvolviam pesquisas e divulgavam a cultura negra. Na década de 1960, inseriu a dança clássica no desfile da escola de samba Salgueiro, do Rio de Janeiro.

Foi coreógrafa da Comissão de Frente, que dançou o minueto. O Salgueiro ganhou o Carnaval nesse ano com um desfile que se tornou referência e revolucionou o carnaval carioca.6

Margot Fonteyn

Margot foi responsável também por estabelecer a base do ensinamento infantil para o Royal Ballet, um trabalho que é seguido até hoje dentro e fora da Inglaterra.
Margot Fonteyn dançando – Fonte: Google Imagens

Margot (nasceu em 1919, em Reigate, no Surrey, com o nome de Margaret Hookam, e morreu em 1991) estreou nos palcos em 1934 e em um ano já era a musa do jovem coreógrafo Frederick Ashton. Ninette e Ashton foram os responsáveis por ajudarem a estabelecer a escola e estilo britânicos de balé e Margot sempre foi o maior símbolo de sua excelência.

Ela passou por uma transformação física para se ajustar ao modelo que viria a estabelecer um padrão para futuras bailarinas. Era aclamada pelos críticos por sua sensibilidade e musicalidade.  

Margot foi responsável também por estabelecer a base do ensinamento infantil para o Royal Ballet, um trabalho que é seguido até hoje dentro e fora da Inglaterra. Ela determinou que a dança seja mais voltada para música e criatividade nos primeiros anos, para apenas depois introduzir o estilo e a técnica. 7

Trisha Brown

Trisha Brown (1936-2017) foi uma das coreógrafas e dançarinas mais aclamadas e influentes de seu tempo.
Trisha Brown – Fonte: Google Imagens

Trisha Brown (1936-2017) foi uma das coreógrafas e dançarinas mais aclamadas e influentes de seu tempo, o trabalho inovador de Trisha mudou para sempre o cenário da arte.

De suas raízes na zona rural de Aberdeen, Washington, Brown – graduada em 1958 pelo Departamento de Dança do Mills College – chegou a Nova York em 1961. Aluna de Ann Halprin, Brown participou das oficinas de composição coreográfica ministradas por Robert Dunn – das quais o coletivo vanguardista Judson Dance Theater nasceu – contribuindo grandemente para a fervorosa criatividade interdisciplinar que definiu a Nova York dos anos 1960 no movimento da dança pós-moderna.

Ampliando os comportamentos físicos que qualificavam como dança, ela descobriu o extraordinário no cotidiano e trouxe tarefas, jogos de regras, movimento natural e improvisação para a realização da coreografia. 8

Referências

1 https://g1.globo.com/economia/noticia/2021/03/08/dia-internacional-da-mulher-a-origem-operaria-do-8-de-marco.ghtml

2 https://teatrojornal.com.br/2015/06/a-danca-teatro-de-pina-bausch/

2 https://pt.wikipedia.org/wiki/Pina_Bausch

3 https://marthagraham.org/history/

4 https://racacentrodeartes.com.br/roselirodrigues

4 http://www.wikidanca.net/wiki/index.php/Roseli_Rodrigues

4 https://portalmud.com.br/portal/ler/roseli-rodrigues-e-o-jazz-dance-no-brasil

5 https://spcd.com.br/verbete/marie-taglioni/

6 http://www.museuafrobrasil.org.br/pesquisa/hist%C3%B3ria-e-mem%C3%B3ria/historia-e-memoria/2014/07/17/mercedes-baptista

7 https://miscelana.com/2021/02/18/margot-fonteyn/

8 https://trishabrowncompany.org/trisha-brown/biography/

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